" After I learned to see for myself,
I never saw like everyone else."
mas acho que por termos um ponto de vista tão claramente particular, é que sofremos, que nos isolamos, que corremos em busca de algo que nunca irá se definir...
por não termos o senso comum, nunca nos sentimos em casa, como uma maldição, percorremos nossos caminhos sozinhos, não importa quantas pessoas estejam ao nosso redor.
somos solitários e quase nunca solidários.
às vezes essa solidão é tão opressiva quanto bem vinda...
e então, num outono qualquer, encontramos e nos perdemos, de nós mesmos.
e o caminho se torna ainda mais duro de percorrer, mais árido.
as conversas partilhadas, então, se voltaram para dentro de nós mesmos e estaremos sempre conversando com fantasmas e sombras.
deixando de lado e entrando no meu dia a dia, eu acho que irei começar a frequentar as aulas de japones, no hello work de nishio...
minha força de vontade, pra variar, está abaixo de zero, engordei, não consigo terminar nada que começo, meu humor está cada vez mais anestesiado, nunca estou contente, nunca estou triste.
me sinto uma boneca de plástico barato, sem brilho, sem calor.
mas enfim, esses dias conheci um canadense, no serviço, e ele dá aulas de inglês, mas acho que é melhor eu tentar fazer o japones primeiro...
afinal, não é como se eu estivesse em uma terra onde o ingles seja predominante, não é mesmo?
eu tenho que tentar achar um motivo pra mim mesma...
estive conversando com meu colega de trabalho, e se tem uma coisa que é certa, é que pelo menos uma geração atrás, eles tiveram algo pelo que lutar, em que acreditar.
embora tenham sido a segunda geração de burgueses mimados, eles tiveram pelo que lutar, eles viveram um ideal, um sonho.
e embora como todo grande sonho, tenha sido uma utopia, ao menos foi uma idealização.
agora não, somos apenas conchas vazias sem causa nem valor, patéticos abandonados e sem motivo pra lutar.
nos perdemos dentro de nós mesmos, afogando na nossa própria ignorância.
o que somos, o que seremos?
eu vejo a juventude de hoje e me sinto velha, e embora os dias passem rápido, mais parece que são os anos que me escorrem.
onde estou e o que estou fazendo de mim mesma?
o grito na garganta estrangulou a minha voz e já não tenho mais argumentos, não tenho sonhos nem vontades.
eu nasci na época errada ou estou apenas doente?
não acho que eu seja a única no mundo, sem vontade de nada, vivendo por viver, passando pela vida e me escondendo da realidade.
acho que somos todos assim.
o que somos afinal?
criticando e revoltando por nada, e quando temos uma grande decisão, voltamos atrás com o rabinho entre as pernas...
o que somos afinal??!
julgar a hipocrisia política é fácil, falar, escrever, bradar que estamos apenas sentados sem fazer nada para melhorar a miséria humana.
mas que porra de papo foi aquele, se nem sequer tentamos melhorar o que somos por dentro?
se nem sequer vejo tentativa de aliviar o desconforto alheio?
qual é a graça de um gordo criticar os políticos que deixam crianças morrerem de fome? (ironia?)
eu realmente acredito que não adianta tentarmos dar uma grande abocanhada num pedaço maior que nossa visão, ou tentar dar uma mordida pequena demais onde nem sequer tem carne.
mas na verdade também acho que se continuarmos acreditando nisso, não seremos capazes de nada mesmo.
ah, tanto faz, já ficou difícil de pensar, vou tomar banho e ir pr amais um dia perto do final desse ano estranho...
onde foram parar meus dias, minhas horas?
eu quero outra vida para viver, para realizar quem eu sou, e não apenas me perguntar.
ou então, eu não quero que haja uma continuação.
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