~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

17 de agosto de 2010

apenas mais um dia...que seja.

às vezes me parece que eu simplesmente, não me sou, não me tenho.
estou tão completamente dividida, multiplicada, que não posso ser considerada como um todo, senão como múltiplos momentos.
Posso ser considerada por músicas, sensações, humores, cheiros, sons e cores, sabores.
Posse ser considerada pelas tardes, ou por nada mais, posso não ser constantemente.
Me parece que não sou, ao mesmo tempo que sou, e simplesmente, não estou.
Não me tenho. Nunca sei se estou completamente num lugar.
E quando tudo passa, parece um sonho, uma memória, uma imaginação.
Parece ilusão.
Não me parece que eu tenha vivido os momentos, as falas me parecem precárias e tudo fica um tanto quanto enevoado.
Como brumas. Como um amanhecer, num outono.
Não estou me perguntando quem sou, o que sou nem nada do tipo.
Não é época.
Estou apenas..perdida.
Confusa.
Não me sinto, estou ausente, entorpecida e distante.
Parece que um universo me cerca. Mas parece, muito mais, que sou um buraco negro.
Não há nada. Simplesmente, nada.
O que acho que quero dizer é que estou vendo minha própria vida como uma espécie de esspectadora. nada além das telas. e estou acordada apenas nas partes ligeiramente interessantes.
Ainda assim, não são capazes de manter o meu foco.

Segunda volto a trabalhar na sony.
Até janeiro, suponho, e pararei novamente, pra cuidar da saúde.
Espero que, até lá, não se tenha desenvolvido.
A verdade é que, bem, não me importo.
Não realmente.
E isso que me preocupa, mais que tudo, no que sou.
Eu não me importo, com nada.
Aliás, sim, me importo, mas com poucas coisas.
E nunca a longo prazo. Como se minhas memórias e minhas aspirações se embaralhassem, como se durassem apenas instantes e apagassem.
Sumissem.
E aparecessem depois, misturadas, ainda mais confusas.
Como observações num cano da página.
Nem ao menos gostaria de estar em outros sapatos, estou cômoda onde estou.
Imagino que mesmo que fosse diferente, não poderia estar mais cômoda sendo imcômoda.
Sendo nada. Sendo tudo.
Isso tudo me aborrece.
Seria capaz de morrer de aborrecimento?

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