~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

19 de julho de 2010

tout simplement pathétique.

Somos todos tão patéticos.
Às vezes, eu me encaro e me pergunto quando foi que comecei a ser tão cética. Quando fiquei tão descrente, tão cínica.
E me confronto com a resposta que não gostaria de ter. Sempre.
Eu sou assim, sempre fui, mas como tudo, prefiro ignorar e ver apenas os defeitos que me agradam. Apenas as qualidades que sinto ter controle.
Egocentrica, idiotamente narcisista.
Mesmo que isso opere um efeito contrário, é o que sou.
Fisicamente falando, é mentira. Mas me cultivo, olho pra minha alma e mente e vejo uma sujeira que me agrada, me deprime, mas que é minha. Então, nada me resta a fazer, a não ser cultivá-la.
O que isso tem a ver com tudo? Tudo.
Nos cercamos de pessoas que irão nos adular, acarinhar nossos egos idiotas, e concordar com tudo o que sai de nossas bocas, e gestos.
Repudiamos e ofendemos quem contraria.
Claro, nem sempre.
Mas assim o é. Queremos uma platéia sempre pronta, sempre atenta, queremos que as pessoas sintam dó, prazer, conforto, que necessitem de nossas patéticas representações, formamos pequenos teatros de nossas vidas, apenas para que as pessoas possam ser controladas, tenham um papel dentro de nosso quadro, transformamos nossas vidas, de um modo tal que possamos ser sempre o centro, sempre o umbigo de um mundo sujo e falso.
De uma forma ou de outra, consciente ou não, é o que fazemos.
E então, quando as pessoas páram de representar, por um minuto, rimos delas. Ou as repreendemos, desprezamos, jogamos lama.
Não sei, estou parcialmente fora de mim.
Não bebada, nada disso, apenas entorpecida. Pelo calor, pelas musicas, pelos pensamentos que não gostaria de ter, pela pressão que tanto odeio, pelo dia lindo que está lá fora, e eu trancada dentro de mim mesma, acabando com minha visão e unhas, estavam tão lindas...
Queria algo mais doce, mais líquido, martini, ou vinho quem sabe.
Passamos tanto tempo negando quem somos e nos cercando de regras estúpidas e sem serventia alguma, perdemos tanto tempo provando que somos algo que na realidade, não queremos ser, ou que não...aceitamos.
Nos cercamos de pessoas para provar, pra nós mesmos ou para o mundo, de que não necessitamos delas.
Para mostrar que somos fortes, quando estamos fracos, que somos poderosos, quando estamos vulneráveis.
De uma forma ou de outra, somos patéticos.
E se dispensamos as pessoas e vemos quão inuteis elas são, nos tornamos amargurados.
Títulos idiotas. Para que servem, afinal?



de quem ou pra quem estive escrevendo isso? não me pergunte.
talvez para alguém que fui, quando me cercava de pessoas. quando queria todos ao meu redor como mariposas que morreriam em 24 horas, talvez menos.
agora, mesmo que sumam, as pessoas me irritam.
nem todas. posso contar em uma mão, claro.
talvez eu não seja menos idiota por isso, talvez eu seja apenas solitária, apenas...estúpidamente arrogante.

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