~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

20 de agosto de 2015

Nova fase, game over.

Faz mais de um ano que não posto nada.
Quanta coisa pode mudar nesse espaço de tempo?
um segundo e o que estava lá, já não está mais.
Quantas opiniões, quantos livros, quantas palavras, quantas memórias se vão nesse espaço de tempo, tão curto e ao mesmo tempo, tão imenso?
Eu tenho esse blog há pouco mais de oito anos.
Sério, oito anos. 
Quanto eu mudei nesse espaço de tempo?
Quanto de mim eu deixei e acrescentei, dividi e multipliquei?
Equações dessa vida complicada, e eu sei que guardo tudo em mim.
São fragmentos, cheiros e sons que constrói a nossa alma, átomo por átomo.
Mas estou guardando a escuridão, por um tempo. A solidão e a eterna ameaça de melancolia, vão para um baú forrado de veludo, descansar um tempo no meu sótão de sonhos.
Agora, iniciei uma nova fase, fase essa que tem bochechas redondas e mordíveis, olhos curiosos que me seguem e me guiam, garantem meu amanhã.
Minha nova fase se chama Luna, com sete meses e 9,200kg, com toda a claridade e escuridão, com todas as fases e maravilhas da deusa que me emprestou o nome.
A vida continua sendo uma merda?
É claro, mas a minha merda não poderia ser melhor e mais perfeita.
Agora eu te entendo melhor.

19 de maio de 2014

Round and round and round we go...


Às vezes bate o cansaço.
Páro, olho ao redor e me pergunto se mais alguém vê a inutilidade do 
dia-à-dia.
Merda, eu sei que cada vida é única e preciosa e 
blablablaclichêdocaralho, mas se você pára por um instante sequer, você 
se prosta de joelhos e o peso do mundo simplesmente te esmaga.
Pessoas correndo dia após dia para conseguirem pedaços de papéis que 
irão lhe dar uma vida boa, comprando roupas que irão mostrar aos outros 
que são apresentáveis e dignos de confiança, dançando a mesma música que 
querem que dancemos.
E então, chega um belo dia e abrimos os olhos, reparamos que por anos 
passamos nos mesmos lugares e nunca olhamos atentamente.
Me pergunto se alguém mais vê que, dependendo do sol, o ângulo da ponte 
e o dia, a paisagem muda como em outro mundo?
Alguém mais tem reparado que a lua essa semana estava inacreditavelmente 
bela?
Quantos pararam para respirar fundo o ar poluído e ver que essa é a vida 
que temos?
O que mais me afeta é que tanto faz se essas pessoas vêem isso ou não.
Desfiei por anos a ladainha de que ser humano não presta e não vale a 
pena ser humana.
Acredito nisso na mesma proporção em que acredito que a vida é bela e 
existem espécies únicas, existem pessoas, raras talvez, que merecem o 
tempo que perco vivendo.
Me tenho em alta conta. Me desprezo demais.
Talvez essa falta de moderação entre a modéstia, o ego, a vaidade, a 
arrogância e a insegurança, a falta do dito amor-próprio, seja metade 
dos problemas.
Ou talvez não.

Se eu digo que não me importo com as pessoas, que não espero nada da 
humanidade e raramente gosto, de verdade, de alguém, por que eu sempre 
acabo em pedaços, irritada, estressada, machucada?
Como uma boa pessoa problemática, eu me respondo: porque eu não aprendo. 
Porque eu sou humana e insisto em bater sempre na mesma tecla. Porque 
sim, eu espero mais das pessoas em quem deposito minha atenção.
Não acredito que tenham que cumprir com minhas espectativas, longe 
disso. Acredito apenas que deveriam ser mais espertas.
Algumas coisas são tão óbvias, que irritam.
Coisas fúteis como a ignorância, a futilidade, a estupidez, me corróem.

Dê-se um tapa na cara e lembre, ninguém é vítima nesse mundos.
Somos todos cúmplices desse crime, somos todos humanos calados. Nascemos 
e crescemos, que diferença fizemos? E se a fizemos, fizemos para quem e 
para que?
O mundo não gira ao redor do umbigo de ninguém e please, o seu Deus não 
é o único nesse vasto mundo, na vasta história.

Onde foi parar a sinceridade, me diga?
Acredito que temos, sim, que fazer o social.
Sorrir e dançar ao ritmo dessa música é necessário para que possamos 
passar pela vida com o menor número de arranhões.
Falar frases doces, e ser quem querem que sejamos, não é um sacrifício 
imensurável.
Mas mantenha em sua mente a sua própria música.
O compasso não precisa ser 100%, dê uns passos por si mesma.
Seja e fale, mas lembre de usar as suas palavras.
Mas enfim, de que adianta?
Vemos somente o que queremos enxergar, falamos o que pensamos e não 
cuidamos com o que a boca vomita.
Somos humanos, somos dignos de pena e vergonha.
Somos ridículos.

E depois de tantos clichês ditos aqui, vou eu me sentir incomodada por 
me machucar por uma pessoa que meu instinto animal já me dizia para afastar.
Vai, toma sua besta.

Quem muito espera, pouco consegue.
E não adianta mudar, se apenas o endereço muda.
Onde quer que vá, isso irá me perseguir pelo simples fato de eu não mudar.
Poucas coisas nesse mundo muda.
Continuamos esperando, julgando, criticando, caluniando e acreditando em 
tudo que nos entregam em bandejas mastigadas, sem procurar entender, sem 
procurar saber, se informar.
A preguiça corrói a alma e a mente, é mais fácil ver com os olhos dos 
outros sem colocarmos nossa opnião, afinal, não conseguimos modelar uma. 
Para modelar uma opnião é preciso saber, entender e pesquisar.
Que foda.

http://youtu.be/HeXDJV-q9J4

27 de novembro de 2013

A estupidez é o que destrói...

Tive a infelicidade de ver em minha Linha do Tempo o seguinte 
comentário, numa matéria:

"Estudantes são raptadas e violentadas em Aichi".

A pessoa que compartilhou esse link fez questão de escrever o seguinte: 
"Também aqueles uniformes delas sao praticamente uma fantasia sexual. 
Deviam bota mais pano. Dps culpam os japas."

Sim, sem acentos e sem pontuação, do mesmo jeito que estava escrito.

Sabe o que me supreende?

Ter sido escrito por nada menos que...uma MULHER.

Sim, uma MULHER, alguém que tem fotos com decotes e saias curtas em seu 
perfill.

Me faz pensar sobre a mesquinhez do ser humano, o preconceito e a 
ignorancia.

Primeiro de tudo e não menos importante, sou da opnião que uma pessoa 
que veja um UNIFORME ESCOLAR como fantasia sexual, é um PERVERTIDO DO 
CARALHO. Sim.

Olha, não sei se vocês sabem, mas geralmente quem usa uniforme escolar 
são...estudantes...certo?

Geralmente um estudante está na faixa etária de...7 a 17/18 anos. Estou 
enganada?

Enfim, o que quero expressar é a minha revolta com a ignorancia 
demonstrada, com a falta de respeito por toda e qualquer mulher, e mesmo 
homem, que já sofreu algum tipo de abuso sexual.

Me pergunto, será que sempre que eu usar algum vestido, saia ou short 
que esteja um pouco acima da altura dos meus joelhos, devo ter medo de 
ser estuprada na primeira esquina?

Será que eu deveria abolir a maquiagem e deixar de me cuidar, para que 
não seja vista como uma mulher fácil?

Claro, a culpa é sempre da vítima, isso é um FATO! Se ao menos ela não 
tivesse usado aquele decote, ou aquela saia curta!

Como podem culpar o pobrezinho que achou que aquela vestimenta era um 
convite?

Me pergunto como funciona para uma vítima de abuso sexual que estivesse 
usando uma burca, por exemplo.

"Você se atreveu a olhar para mim, sua vagabunda! Merece ser estuprada 
por todos que passarem por você, durante toda a sua vida!"

Me pergunto como funciona para uma criança, vítima também.

"Você pulou amarelinha de forma provocante, merece ser estuprada!"

Me pergunto tantas coisas, e tenho respostas pra tão poucas...Me canso 
de perguntar e deixo para lá, mas será que isso é o suficiente?

De quem é a culpa? Por que sou humana e sim, a culpa deve ser de alguém.

Será que é da vítima? Será do agressor?

Será ainda da infância, algum trauma? Será do estado, do governo?

Mas a questão, talvez, não seja a quem cabe a culpa.

Talvez a questão seja simplesmente "por que eu coloco a culpa na vítima? 
E se fosse eu? E se fosse uma conhecida? Será que ela merece? Será que 
por ser uma desconhecida, merece isso?"

Talvez a questão seja um pouco mais de caridade em nosso julgamento 
apressado.

Não atirar a pedra tão rápido.

Excluí a pessoa da minha conta, mas será isso o suficiente?

Claro que não, besta eu por achar isso...Estou apenas tampando o sol com 
peneira, escondendo de meus olhos uma ignorância dentre 
outras...incontáveis.

A culpa não é da vítima.

Ninguém pede ou merece. Ninguém quer (pois se quisesse, não seria estupro).

Preconceito sem fundamento, julgamento sem ser juiz, sentimento de 
superioridade.

Talvez seja melhor eu me calar, vai que acabe sendo uma pessoa estuprada 
por expressar a minha revolta.

Vou viver com medo, ali num cantinho e sem incomodar ninguém, me perdoem.

OBS. Sim, isso tudo foi escrito com uma dose de ironia, por favor.

22 de novembro de 2013

Sobre o direito de ser...ou de não ter?

Uma amiga minha compartilhou um post relatando seu LUTO pela legalização 

do aborto.

Até onde eu sei, o Brasil ainda não aprovou nenhuma lei legalizando o ato.

Mas a questão não é essa...

O aborto deveria ser proibido por ofender as leis de Deus, ela diz.

A mulher que não quer ter um filho, se protege.

Quanto a isso, eu fico me perguntando onde está Deus quando uma mulher 

resolve ter seu bebe, para depois passar anos espancando, verbal e 

emocionalmente.

Me pergunto onde está Deus quando uma mulher deixa seu marido, seu 

namorado, seu amante espancar, estuprar, abusar de sua cria.

Me pergunto onde está Deus quando uma mulher deixa seu marido, seu 

namorado, seu amante espancar, estuprar, abusar de sua cria.

Me pergunto onde está esse Deus que prefere que uma criança venha ao 

mundo sem ter condições de existir decentemente.

E quando digo decentemente, não falo de roupas caras, iguarias finas, 

viagens internacionais. Não falo de babás e mordomos.

Falo de amor.

Falo de educação.

Falo de um lar onde ela possa encontrar apoio.


Me pergunto também se, antes de ser estuprada, a mulher pedir ao seu 

estuprador para colocar camisinha ou, no mínimo, ter em mãos uma pílula 

do dia seguinte para que ela possa tomar, acabado o ato. Será que ele 

iria escutar e atender?

Me pergunto se um casal de adolescentes que não estão nem aí para a vida 

e não sabem que ela, de fato, acontece, estão preparados para serem pais.

Se eles tem condições psicológicas de criarem uma criança, sendo eles 

próprio, crianças.


Me pergunto onde, como, com tanta tecnologia, com tanto acesso a 

informações, como pode existir pessoas que julgam severamente sem 

pensar, ignóbeis que se acham no direito de tomar o direito da escolha 

de uma mulher que não quer ter um filho.


Sou a favor do aborto, sim.

Sou a favor do direito de uma mulher escolher ser uma pessoa e não uma 

simples incubadora.

Sou a favor de uma mulher estuprada não desejar carregar por nove meses 

a lembrança da violência sofrida.

Sou a favor de uma criança que ainda não nasceu, ter o direito de não 

nascer em um lar desequilibrado, um lugar onde não será amada.


Sou da opnião que, se você quer ser mãe ou pai e acha isso uma maravilha 

inigualável, vá adotar uma criança necessitada.

Uma criança que não pediu para vir ao mundo.

Se você acha tão ofensivo a escolha de uma pessoa, escolha ajudar as que 

já nasceram, então.


obs. eu sei que o aborto no caso de estupro é permitido...mas caso uma 

mulher resolva fazê-lo , terá que enfrentar a ira da sociedade...patético.


26 de abril de 2013



Todos sabemos que cada dia que nasce e o primeiro para uns, e sera o ultimo para outros, e que, para a maioria, e so um dia mais.
Que bom viver, como e bom sonhar
E o que ficou pra tras passou e eu nao me importei
Foi ate melhor, tive que pensar em algo novo que fizesse sentido

Ainda vejo o mundo com os olhos de crianca
Que so quer brincar e nao tanta responsa
Mas a vida cobra serio e realmente nao da pra fugir

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Um dia eu espero te reencontrar numa bem melhor
Cada um tem seu caminho, eu sei foi ate melhor
Irmaos do mesmo Cristo, eu quero e nao desisto

Caro pai, como e bom ter por que se orgulhar
A vida pode passar, nao estou sozinho
Eu sei se eu tiver fe eu volto ate a sonhar

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol...!




Essa musica marcou uma parte da minha vida.
ainda faz sentido total pra mim, e para muitas pessoas.
Uma epoca em que eu nao queria nada com ninguem, em que era simplesmente uma garota deprimida e assustada, e ela ainda nao fazia sentido.
Entao, quando comecei a me cansar de chorar pelos cantos, e de nao acreditar em nada, cansei de ver o dia cinza e branco, e quis viver, me veio isso na cabeca:

"Que bom viver, como e bom sonhar
E o que ficou pra tras passou e eu nao me importei
Foi ate melhor, tive que pensar em algo novo que fizesse sentido

Ainda vejo o mundo com os olhos de crianca
Que so quer brincar e nao tanta responsa
Mas a vida cobra serio e realmente nao da pra fugir

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol"


E eu fui atras de um raio de sol.
Eu aprendi que da mesma forma que amava a chuva e minha solidao, tambem queria e podia brilhar.

Esses dias eu tenho me deparado com mortes, e isso me fez pensar ainda mais.
Uma coisa e eu dizer "VOCE NASCE SEM PEDIR, E MORRE SEM QUERER. APROVEITE O INTERVALO".
Por mais que seja verdade, a gente nunca se da conta de quao verdadeira e ate que a morte morda nossos calcanhares.
No dia do aniversario do meu irmao, entro no face para dar os parabens e me deparo com mensagens sobre um colega de classe.
Perguntei ao meu melhor amigo o que aquilo significava, e simplesmente significava morte.
O garoto tinha 23 anos.
Faculdade, namorada, pais, amigos.
Sentou ao meu lado, fez parte da minha turma de amigos, conversavamos, embora ele fosse quieto...
Fizemos trabalhos, grupos de estudo.
Foi estranho ver sua foto, num noticiario regional, dizendo que seu carro bateu de frente com um caminhao, e nao aguentando os ferimentos, ele faleceu.
Tao cedo, tao jovem...
faz com que a gente se pergunte quantas pessoas estao morrendo em nosso dia de comemoracao do nascimento.
Faz com que a gente se sinta mal por todas as pessoas que choram por alguma perda, por alguem amado.
Mesmo que nao conheca a pessoa, mesmo que eu nunca venha a saber quantas pessoas sao, faz com que queira, de alguma forma, aliviar essa dor. Ou nao?
E entao, ontem vejo a noticia de que um cantor que, embora nao estivesse 24hs na minha cabeca nem em meu iPod, marcou bastante uma epoca critica da minha vida.
As pessoas morrem, as pessoas mudam.
Tudo e tao passageiro e transitorio...

Quem somos hoje, quem somos agora, o que seremos no proximo minuto, e tao fragil e delicado...
Tenho ouvido muito Raul Seixas, Vinicius de Moraes, Legiao Urbana...E agora, Chico tambem...

Pessoas que mudaram tantas vidas com suas poesias e musicas, fantasias e dor...
Letras que marcaram, cicatrizaram, acompanharam as pessoas.
Quem foram, quem sao essas pessoas?
O que as fazem ser o que sao?



Pensando em como essa vida e curta...
Todos ouvimos, ao menos uma vez, alguem dizer "Viva a vida como se fosse o ultimo dia"...
Nao sabemos se sera. Pode ser, assim como pode nao ser...
Mas quantos anos sao necessarios para se viver uma vida plena?
Quantos dias  desperdicados, quantas noites mal dormidas, quantas desilusoes sao necessarias para se encarar a vida como "perca de tempo"?
Tenho como lema nao a frase "Viva a vida como se fosse o ultimo dia", mas sim "Viva cada hora, sinta cada segundo, aproveite o que vier"...
Realmente nao temos como saber quantos sonhos irao se tornar cinzas, quantos anos iremos perder.
Viemos de algum lugar, talvez...E talvez, iremos para algum lugar.

Verdade seja dita, nada como uma morte fresca para chacoalhar nossa base, e nos fazer ver o milagre da vida.
Eu tenho tentado melhorar e encarar cada dia como O dia, mas sou humana, e a morte me assusta, mesmo que eu diga sempre o contrario.

Hoje entrei no face, para deixar mais um recado pro irmao que comemora mais um ano de nascimento, e me encaro com mensagens tristes, referentes a um amigo, colega de classe.

No mesmo dia de um nascimento importante, tenho o dia de uma morte, proxima.


(acho que ficou confuso, juntei dois posts que ficou para trás.)

utopia e outras drogas

Hoje estive discutindo sobre novos e velhos assuntos, como a questão de casamento.
Isso é uma coisa que me irrita, seriamente, sabe?
Eu ainda mantenho a minha opnião de que o que importa, é o sentimento.

Pego também o ponto de porque eu não entendo o preconceito sexual.
Se duas pessoas se amam, qual o problema em serem do mesmo sexo?
Se duas pessoas querem estar juntas, e construirem uma vida junto, qual o problema com isso?
Vem me falar de filhos? Então para que me serve toda essa tecnologia, bancos de esperma inclusos?
Eu não entendo porque não devo aceitar isso como algo natural.
Natural é você sentir, e se deixar sentir. Sentir amor, querer ser uma pessoa melhor do que é agora. Querer dar amor, consolar, lutar junto, querer crescer ou até mesmo se esconder.
O sexo não importa. A idade, não importa. Importa quem você é e o que você quer ser...

Enfim, como não estou numa fase muito boa para discutir relacionamentos, sigo direto ao meu ponto de hoje:

"Você é uma pessoa completamente utópica."

Isso vindo de várias conversas onde defendo muito o meu ponto de vista de que as pessoas tem tudo para serem melhores, para evoluirem, com coisas simples do tipo respeitar a vida de outra pessoa, não tentar mudar uma pessoa, ou julgar ela inferior apenas pela diferença de gostos...
Não querer ferrar com a vida de uma pessoa que não te fez nada, simplesmente porque você não está num bom dia.
Como aconteceu no serviço, essa semana.
A pessoa Fulana sempre esquece de fazer o pedido de compras da loja, coisa que deve ser feita por todos os gerentes, ao domingo.
E toda maldita segunda, me vem um email com um pedidinho necessário, tão necessário, que acabou sendo deixado para trás. E se por um pequeno acaso, a bestona passa o recado ao senhor responsavel por pedidos, e esse grande inutil, por sua vez, se esquece de pedir o produto, de quem é a culpa??
tchamtchamraram!!!
E a bestona sempre coloca, claro, porque afinal de contas, não vai cair um olho por fazer um favor a tal fulana, ou mesmo ao ciclano.
Porém, a bestona se esquece de que por mais favores feitos, a fulana não está...como se diz, don't give a fuck, então, no primeiro erro da bestona, a fulana cai em cima com paus e pedras, faz o maior escandalo e vira a carinha.
Lindo. Voltei ao ensino fundamental. Somos todos lindas criancinhas birrentas e mimadas.
Certo, apesar da bestona sempre passar por isso, continua prestando favores à tal fulana.
Bom, isso foi um desabafo à parte que me tomou uma boa parte, agora chega.
Eu consegui comprovar um dito popular que diz que "gente boazinha só se fode". Legal.
Voltando ao meu ponto, eu digo que não consigo entender como uma pessoa que, pra inicio de conversa, se esqueceu de fazer o pedido, e fora esse favor, se acumulam vários outros nas costas na parte do dito "favor".
Afe, chegaa!

Sim, sou utópica por achar que uma pessoa que está errada, pra começo de conversa, não deve apontar o dedo na cara de outra pessoa.
Sou utópica por achar que as pessoas poderiam ser um pouco mais capazes de usar uma pequena parte do dito cérebro.
Sou utópica por, apesar da minha parte que odeia a humanidade e todos os humanos, acreditar que as pessoas poderiam ao menos se respeitar.
Sou utópica por, apesar dessa mesma parte me dizer, gritar, que estou sendo idiota, esperar que as pessoas cresçam, evoluam, sou utópica em querer que as pessoas entendam e aprendam a aceitar que erram, e tentar ao menos corrigir, ou melhorar.

Sou utópica também por acreditar em algo, e defender o meu ponto de vista.
Tenho o direito de ter opniões diferentes das pessoas, da maioria.
Tenho direito de querer mais, querer entender.

Claro, estou contradizendo pelo menos uns dez posts antigos, em que defendo o direito das pessoas terem direitos, e não esperar nada de nada, nem de ninguém.

Claro, eu estou impondo de certa forma, o meu ponto de vista, a minha vontade.
Eu espero, o que não significa que as pessoas tenham que fazer, ou farão, eu sei disso.
E sei que posso me irritar, mas eu vou entender, eu vou aceitar...
Esse é o ponto!

O que importa é as pessoas entenderem que errar é humano, e que devemos e temos que aceitar nossos erros.

Ah que merda, acho que sou utópica mesmo.

17 de abril de 2013

ser humano
ser ou não
ser sendo
sem deixar de ser
mas querendo não ser
qual ser seríamos,
se pudéssemos escolher?

racional, irracional
duas lâminas e um estreito canal
por onde passar sem se cortar
sem deixar um pedaço,
uma trilha de sangue?

mente desperta,
insone, sonâmbula,
monstros e olhos
espreitam seus sonhos.

caminho íngreme,
ingrato, insensato,
pisos leves e flutuantes
no medo de existir.

ser sendo,
querendo ser mais
sendo sempre menos
existindo sempre à margem
de ser, ou não ser.

-- 

10 de abril de 2013

olhar o sofrimento alheio...que piada!


Esses dias estive lendo uma reportagem sobre como agora as mulheres na Arábia podem andar de bicicleta.
Claro que com um guardião ao lado, e somente como diversão, por pouco tempo, nunca como transporte.
Agora à pouco, assisti sobre um país relativamente novo, cujo nome não me lembro, e não me sinto inclinada a lembrar, sobre como são os casamentos.
O homem vê uma mulher, decide que gosta dela, e eles simplesmente sequestram a infeliz.
Sequestro realizado, as mulheres da família dele tem que conseguir colocar um véu branco em sua cabeça, caso consigam, sucesso! Eles estão casados.
Não importa os gritos de protestos, as lágrimas e a raiva.
Importa que o homem quer uma esposa, que cuide de sua casa, e quem sabe, de suas ovelhas.
Discutindo sobre esse assunto, um amigo me jogou seu argumento, sobre "como séculos de costume, quem tem o direito de contestar toda uma cultura?"
Algo como " se eu cresci em um país onde apedrejar uma mulher na rua até sua morte, apenas por ela ter traído o seu marido, é o correto, como um país ou algum estranjeiro pode vir a mim e me convencer que vivo uma vida toda acreditando e seguindo séculos de um costume?"
Talvez esse argumento fosse aceito, em um mundo sem informação.
Talvez até possa ser aceito, caso seja um país cuja censura seja sobre tudo que não fale bem sobre sua religião e cultura. Ou por homens, desses países, que sempre estão no topo da cadeia alimentar.
Mas não admito que possa ser aceito pelas mulheres que estão ali.
Não admito o medo de lutar, erguer a voz.
Não admito. Mas entendo.
O mundo é tão relativo, em tudo e sobre tudo, as pessoas, tão insensíveis e cruéis em seu egoísmo profundo...
Não posso evitar a revolta, a bile que me sobe à boca, as lágrimas de frustração que me invadem os olhos, a cada reportagem, a cada notícia que vejo sobre a miséria humana, tão profunda, tão inevitável.
Vivemos em um mundo de tecnologia, e informação, um mundo onde eu quero, e eu posso.
Mas esse mundo talvez não exista para todo ser vivo. E é isso que me revolta.
O fato de que eu, com minhas idéias e ideais, tenha que engolir a revolta, e entender que uma mulher que so tem aquela vida e aquela cultura, que uma garota, por maior que seja sua revolta, tenha que engolir sua frustração, simplesmente pelo fato de não ter um apoio, não ter com quem lutar junto, porque todas ou a maioria estão com medo de serem estupradas em rua pública por uma horda de animais irracionais, com medo de serem apedrejadas, ou terem qualquer parte de sua anatomia cortada.
Não aceito o fato de que eu entenda o desespero que uma alma solitária sente, o medo surdo e paralisante de iniciar uma revolta e mudar um país.
Li uma frase interessante em um livro, sobre como os primeiros lutadores serão sempre os apedrejados na luta, a fim de abrir um caminho para que os que virão a seguir, terem flores jogadas aos seus pés.
Mudar a própria vida é desesperador. Mudar um costume, um país, uma cultura, séculos de crueldade e cegueira, é algo que poucos podem. Ou é isso que querem acreditar. É nisso que querem que acreditemos.
A vida está aí, esperando ser mudada.
Vozes solitárias e desesperadas estão esperando para poder se juntar a algum lider, alguém capaz de guiar e receber as primeiras flechas.
E é nisso que prefiro acreditar. Elas estão esperando.
O MUNDO está esperando.

Comprei toda As Crônicas Vampirescas, de Anne Rice...estive lendo e relendo, e encontrei uma passagem n'O Vampiro Lestat, que diz:

" (...)
Atores e atrizes são mágicos — eu disse. — Fazem as coisas acontecer
no palco, inventam, criam.
— Espere até você ver o suor escorrendo em seus rostos pintados sob o brilho da ribalta — ele respondeu.
— Ah, lá vem você de novo — eu disse. — E logo você que desistiu de
tudo para tocar violino.
De repente, ele ficou terrivelmente sério, olhando
para o lado como se estivesse cansado de suas próprias lutas pessoais.
— Isso eu fiz mesmo — ele confessou.
Naquela altura, toda a aldeia sabia que ele e seu pai estavam em guerra.
Nicki não voltaria para a escola em Paris.
— Você cria vida quando representa — eu disse. — Cria algo a partir do
nada. Faz acontecer algo de bom. E, para mim, isso é abençoado.
— Eu faço música e isso me deixa feliz — ele disse.— O que há de abençoado ou de bom nisso?
Fiz um gesto de desprezo como sempre fazia agora diante do seu cinismo.
— Durante todos esses anos vivi entre aqueles que não criam coisa
alguma e não mudam nada — eu disse. — Atores e músicos... para mim, eles são santos.
— Santos? — ele perguntou. — Santidade? Bondade? Lestat, sua linguagem me desconcerta.
Eu sorri e balancei a cabeça.
— Você não compreende. Estou falando do caráter dos
seres humanos e não do que eles acreditam. Estou falando daqueles que não aceitam uma vida imbecil, só porque nasceram para ela. Refiro-me àqueles que tentam ser algo melhor. Aqueles que trabalham, se sacrificam, fazem coisas...
Ele ficou comovido com isso e eu um tanto quanto su
rpreso por tê-lo
dito. No entanto, senti que o havia magoado de algu
ma forma.
— Há algo de abençoado nisso — eu disse. — De santidade. E com Deus ou sem Deus, há virtude nisso. Sei disso da maneira como sei que as montanhas
estão lá fora, que as estrelas brilham.
Ele me olhou com tristeza. E ainda parecia magoado.
Mas, por enquanto,eu não pensava nele.
Estava pensando na conversa que tivera com minha mãe e na minha idéia de que não poderia ser bom desafiar minha família.
Mas se eu acreditasse no que estava dizendo...
Ele perguntou como se pudesse ler minha mente:
— Mas você acredita realmente nessas coisas?
— Talvez sim. Talvez não — eu disse. Não podia suportar vê-lo tão triste assim."

14 de março de 2013


The longer I stand here
The louder the silence
I know that you're gone but sometimes I swear I hear
Your voice when the wind blows
So I talk to the shadows
Hoping you might be listening 
But I know that you can't hear me any more



U dont need me anymore, and im a little scared,..that u might forget me, someday.