~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

10 de abril de 2010

Onde EU pertenço, ou onde ME pertence?

Creio que não há frase mais sábia que aquela que mamãe falava, Seu lar é onde você chama de lar, e sente que é um lar.
Comumente falando, Lar é onde está seu coração.
E se eu não tiver um?
E quem vive vagando, não tem um?
Ah, mas lar não significa uma casa, nem paredes, tetos, tijolos ou gesso.
Lar é um lugar onde você se sente em paz, um lugar onde você respira segurança.
Eu estava pensando o que escrever, sobre meu dia de hoje, e vi uma inspiração em "how i was frustrated about being in a place that i don't feel like i belong".
Nós pertencemos, ou o lugar nos pertence?
Acordei 6:25 hoje. Sim, sábado, dia de acordar as 3 da tarde.
Mas meu namorido foi trabalhar. Então, um dia lindo, perfeito para um passeio, uma caminhada, pra ver sakura, e eu não quis nem passar pela porta.
Eu sou tão estupidamente dependente da presença dele, pra tudo, que é como se desmoronasse se sair só. Errado.
Na realidade, sou estupidamente dependente sim, mas o ato de sair, ir até o parque que tem ao lado e me pendurar em um balanço, ouvir o vento soprando em mim, levando palavras e pensamentos, é amedrontador.
Sou viciada em solidão, preciso dessa segurança, desse vazio, essa indiferença em mim.
Mas é diferente sair e saber que essa solidão está em tudo, me cerca, me sufoca. Deixa de ser meu apoio pra se transformar na minha dor. Na minha Prisão.
Sair e ver o que eu gosto estampado nas faces ao redor, ou na ausencia delas, me dá um arrepio na espinha.
Não do rosto, a dorsal. -.-' (idiota)
Eu prefiro passar horas ouvindo novas musicas, lavar pilhas de roupas, e desenterrar coisas pra lavar novamente, ficar sentindo a brisa soprando ao redor quando saio pra estende-las, mas sem mergulhar de fato.
Estou cercada, o que mais amo fazer é ficar em casa, comigo mesma, sozinha.
Sempre gostei.
Sem ter que prestar atenção em algo que não quero prestar, sem ter que ser o que não quero ser.
Enfim, me desviei novamente.
Eu acredito que não são os lugares que nos pertence, e sim nós que pertencemos.
Somos compostos de sons, imagens e cheiros.
Somos compostos de vozes, rostos e perfumes.
Somos compostos de sentimentos inuteis e dolorosos.
Mas somos compostos de algo, enfim, que não sangue, músculos e, no caso de alguns infelizes como eu, gordura.
Eu me adapto em qualquer canto, mas todos os cantos que abandono me retém.
Algo de mim fica, eu me adapto sim, o que significa que mudo. Então, o canto que foi, me prendeu, o que era, o que fui.
Ah ficou contraditorio, deixa me explicar claramente.
Eu pertenço aos lugares que amo.
Mas acredito que da forma que me foi escrita, eu não pertenço a lugar algum, ninguém pertence.
Estamos todos vagando, mudando, rodando.
Se pararmos, estagnarmos, criaremos nuvens negras e poluição sonora.
Estaremos atrapalhando, parados sem contribuir nem sequer com um unico passo...
Então, Eu pertenço ao lugar que quero pertencer, ele me retém, mas quando não estou no meu canto, eu não pertenço.
Eu sou o lugar, eu faço o lugar.
Dificilmente eu me sinto fora de lugar, em novas ondas. Eu realmente não me importo, eu faço meu caminho independente do lugar.
Claro que quando isso não atinge um tapa na cara da minha insegurança, aí isso se torna uma tortura.
Mas sei driblar o necessário, não vou deixar isso me derrubar. Faço da solidão minha aliada nesse caso.

"you can only learn things if you don't say what you know ...
... letting you listen to things you don't ...."

ah sim, o que eu preciso. palavras exatas, sem surpresa alguma.
Eu aprendi um pouco isso.
A ouvirm a não esperar algo além daquilo que me oferecem, a oferecer mais do que poderia.
Posso estender a mão e não me comprometer? Talvez.

"-Remember, he said."
I will. ever.
O sol está se pondo, amo esse horário.
Meu crepúsculo, minha solidão, minhas palavras lavadas e levadas.

ouvindo Carla Bruni. (Quelqu'un ma dit)

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