~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

19 de maio de 2014

Round and round and round we go...


Às vezes bate o cansaço.
Páro, olho ao redor e me pergunto se mais alguém vê a inutilidade do 
dia-à-dia.
Merda, eu sei que cada vida é única e preciosa e 
blablablaclichêdocaralho, mas se você pára por um instante sequer, você 
se prosta de joelhos e o peso do mundo simplesmente te esmaga.
Pessoas correndo dia após dia para conseguirem pedaços de papéis que 
irão lhe dar uma vida boa, comprando roupas que irão mostrar aos outros 
que são apresentáveis e dignos de confiança, dançando a mesma música que 
querem que dancemos.
E então, chega um belo dia e abrimos os olhos, reparamos que por anos 
passamos nos mesmos lugares e nunca olhamos atentamente.
Me pergunto se alguém mais vê que, dependendo do sol, o ângulo da ponte 
e o dia, a paisagem muda como em outro mundo?
Alguém mais tem reparado que a lua essa semana estava inacreditavelmente 
bela?
Quantos pararam para respirar fundo o ar poluído e ver que essa é a vida 
que temos?
O que mais me afeta é que tanto faz se essas pessoas vêem isso ou não.
Desfiei por anos a ladainha de que ser humano não presta e não vale a 
pena ser humana.
Acredito nisso na mesma proporção em que acredito que a vida é bela e 
existem espécies únicas, existem pessoas, raras talvez, que merecem o 
tempo que perco vivendo.
Me tenho em alta conta. Me desprezo demais.
Talvez essa falta de moderação entre a modéstia, o ego, a vaidade, a 
arrogância e a insegurança, a falta do dito amor-próprio, seja metade 
dos problemas.
Ou talvez não.

Se eu digo que não me importo com as pessoas, que não espero nada da 
humanidade e raramente gosto, de verdade, de alguém, por que eu sempre 
acabo em pedaços, irritada, estressada, machucada?
Como uma boa pessoa problemática, eu me respondo: porque eu não aprendo. 
Porque eu sou humana e insisto em bater sempre na mesma tecla. Porque 
sim, eu espero mais das pessoas em quem deposito minha atenção.
Não acredito que tenham que cumprir com minhas espectativas, longe 
disso. Acredito apenas que deveriam ser mais espertas.
Algumas coisas são tão óbvias, que irritam.
Coisas fúteis como a ignorância, a futilidade, a estupidez, me corróem.

Dê-se um tapa na cara e lembre, ninguém é vítima nesse mundos.
Somos todos cúmplices desse crime, somos todos humanos calados. Nascemos 
e crescemos, que diferença fizemos? E se a fizemos, fizemos para quem e 
para que?
O mundo não gira ao redor do umbigo de ninguém e please, o seu Deus não 
é o único nesse vasto mundo, na vasta história.

Onde foi parar a sinceridade, me diga?
Acredito que temos, sim, que fazer o social.
Sorrir e dançar ao ritmo dessa música é necessário para que possamos 
passar pela vida com o menor número de arranhões.
Falar frases doces, e ser quem querem que sejamos, não é um sacrifício 
imensurável.
Mas mantenha em sua mente a sua própria música.
O compasso não precisa ser 100%, dê uns passos por si mesma.
Seja e fale, mas lembre de usar as suas palavras.
Mas enfim, de que adianta?
Vemos somente o que queremos enxergar, falamos o que pensamos e não 
cuidamos com o que a boca vomita.
Somos humanos, somos dignos de pena e vergonha.
Somos ridículos.

E depois de tantos clichês ditos aqui, vou eu me sentir incomodada por 
me machucar por uma pessoa que meu instinto animal já me dizia para afastar.
Vai, toma sua besta.

Quem muito espera, pouco consegue.
E não adianta mudar, se apenas o endereço muda.
Onde quer que vá, isso irá me perseguir pelo simples fato de eu não mudar.
Poucas coisas nesse mundo muda.
Continuamos esperando, julgando, criticando, caluniando e acreditando em 
tudo que nos entregam em bandejas mastigadas, sem procurar entender, sem 
procurar saber, se informar.
A preguiça corrói a alma e a mente, é mais fácil ver com os olhos dos 
outros sem colocarmos nossa opnião, afinal, não conseguimos modelar uma. 
Para modelar uma opnião é preciso saber, entender e pesquisar.
Que foda.

Um comentário:

bem vindo ao mundo alheio, esteja a vontade para comentar a vida de outrem.