hoje foi um bom dia.
eu me pergunto onde as horas vão parar, será que eu virei um zumbi?
bem, a casa está limpa, estou alimentada, estou cada vez maior...
eu me odeio.
mas eu me viro, encaro o relógio, e vejo que mais duas horas se passaram, e onde elas estão?
na verdade, falando em horas, agora eu me lembrei de uma frase que eu li não sei onde, algo como Um minuto que você passa estressado, será sessenta segundos que não irão retornar. ou que você perde...sei lá.
eu acho errado.
já pensou se passassemos o dia inteiro, o tempo todo, todos os dias de nossas vidas sendo ridicularmentes alegres?
não digo felizes, porque alegria demais vira um retardamento mental.
eu creio que passar um minuto ou dois estressado, é necessário.
assim como passar um minuto ou mais triste, alegre, com raiva, com vergonha..
são sentimentos necessários.
não existe alegria sem tristeza, felicidade sem raiva, amor sem ódio, ou qualquer outro cliché que eu possa escrever aqui.
claro, passar o tempo todo estressado também é idiotice.
mas o que eu quero dizer é ue não se deve desperdiçar nenhum sentimento.
se você está com raiva, sinta raiva.
se você está triste, chore.
se está feliz, ria, conte piadas, seja idiota o quanto quiser.
se está neutro, então procure algo que te mantenha neutro. ou não faça nada.
mas sinta.
a vida é composta de sentimentos, e se você não deixar eles fluírem, então irá estagnar, apodrecer.
eu acredito que somos e vivemos em uma correnteza, como um rio que flui para o mar.
se colocarmos uma barreira, e não deixarmos nada passar, então eu acho que uma hora a água vai ficar podre, e então, não tem campanha ecológica que nos ajude.
claro, tudo que estou falando é um tanto cliché, eu sei...
mas eu queria deixar claro de novo, mais uma vez...
e sim, eu seiq ue todos devemos ter limites.
é claro.
mas também, se eu for me preocupar cada vez que eu quero dar risada sem motivo, falar sozinha, ou mesmo ter vontade de gritar, mas me reprimir com medo do que vão pensar, então não serei mais eu.
eu irei me restringir cada vez mais, e por não ter alegria própria, talvez eu comece a fazer como os outros, tentar estragar com quem me parece feliz.
eu não entendo isso.
eu tenho tudo. eu sou feliz.
eu sou triste. eu me odeio, eu me adoro.
eu me sinto importante, ao passo que quero me matar.
mas eu passo tanto tempo voltada para dentro de mim mesma, que não tenho tempo para perder com os outros.
me preocupando se eles limparam a bunda direito, ou lavaram as mãos após.
se estao felizes, ou trabalhando direito. se são honestos, se são sujos.
a minha vida é minha.
eu não atrapalho ninguém, não com intenção de.
entao, não entendo porque querem entrar e cutucar a minha.

'eu sou eu, e o que é meu é meu. o que é seu, volta para você.'

esse é o meu mantra.
eu aceito que as pessoas tenham sentimentos.
mas não aceito que eles interfiram com minha vida.
se está alegre, ótimo!
se você está triste, que pena.
se está com raiva, por que? a vida é curta e logo acaba.
eu não irei doar meu coração para qualquer pessoa.
se eu puder ajudar, eu irei. se quiser alguém para conversar, eu tenho ouvidos.
mas não me imponha seu sentimento, eu não irei ter raiva de fulano porque você quer.
não irei ter compaixão por suas causas.
eu irei viver minha vida, irei fazer parte da sua.
mas não me peça para te deixar entrar na minha.

(estou falando com seres humanos que me irritam, tá? nada particular...apenas trabalho e...seres humanos!)

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eu sinto falta de ter alguém com quem conversar;
nem que seja apenas com as mãos, em gestos, quando as palavras não saem...
e mais uma vez, que venha o outono...
as folhas irão cair, irão para longe.


e eu vou ficar.
mais uma vez.


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ah, por falar nisso, e muito, lembrei de outra frase que li.
na verdade é um texto com moral, vou tentar resumir...
falava algo sobre um velho samurai, algo assim, que tinha vários discípulos, porque ele tinha sido o foda.
mas então, um jovem guerreiro, que vinha conquistando fama por não ter escrúpulos nem moral, e sempre ganhar a luta, veio e desafiou o velho.
e o velho aceitou.
e então, com a presença de todos seus discípulos,  os dois se encontraram.
o jovem guerreiro, então, começou a desafiar o velho, e a insultá-lo.
vendo que não obtinha resultados, começou a insultar sua família e ancestrais, a dizer todo tipo de coisa, todos tipos de insultos e maldades.
horas depois, o jovem se retirou, humilhado e com raiva, pois não conseguira irritar o velho, nem lutar com ele.
os jovens discípulos, indignados, se revoltaram.
Por que você não respondeu ele?
Você deixou ele te insultar e humilhar, quando sabia que mesmo que lutasse contra ele, você teria ganho!
Por que?!

e então, o velho guerreiro respondeu:

Se alguém vem com um presente para você, e você não o aceita, a quem pertence esse presente? - perguntou.
um discipulo respondeu 'A quem o trouxe'.
-Então - disse o velho - o mesmo acontece com os insultos, a raiva, a inveja, a maldade.
se eu não aceito esses sentimentos que me dedicam, então eles pertencem apenas a quem os sente. e não irão me fazer mal algum.


a história era mais ou menos essa.
e eu achei interessante.