~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

18 de maio de 2011

Às vezes eu páro para me perguntar quantas e quantas vezes eu uso eu, por dia...
como somos egoístas...
sempre pensando em nós mesmos, de uma forma ou de outra...
não que eu acho que deva me preocupar com  outras coisas, como a fome mundial ou a camada de ozonio..pequenos feitos ajudam a deixar minha consicencia um pouco mais limpa...
Mas sempre me lamentando, sempre andando na borda, no limite da minha sanidade, da minha loucura...
Quantas palavras que eu guardo tão fundo dentro de mim, e os sonhos que voltaram a me assombrar...
Medo de dizer algo, enquanto não tenho consciencia do que sai de mim...Medo de me ser...
Eu tenho estado bem, obrigada.
Fora de forma, mais do que nunca, me odiando, mais do que nunca...
Durante o dia, durante todo esse tempo, todos podemachar que estou melhorando..Que estou avançando..
Ah sim, estou aprendendo muito, estou aprendendo demais, estou vivendo..
Mas como ninguém pode perceber o que se passa em mim, aqui dentro?
Como ninguém pode ver como eu me odeio cada vez mais?
Será que você seria capaz de entender, o que é sair, andar sob o sol, sentindo a vida ao seu redor, mas assim que entra no campo de visão de algo, de alguém, assim que alguém entra no meu campo de visão, será que você entenderia como é sentir nojo de se ser?
De se olhar no espelho e querer chorar?
E não, não tenho força o suficiente para mudar...Não tenho força suficiente para melhorar...
Olho seu rosto, e vejo um riso triste, algo trágico, como uma lágrima não escorrida..por que?
Eu ouço meu riso, ouço minha voz manhosa no telefone, vejo minha calma e minha paciencia como uma espectadora, e me pergunto como ninguém vê como é forçado, como meu riso sai histérico, como empurrado para fora do meu cérebro...
Claro, esse é o meu diário, eu tenho direito de ser tragica..mas nao estou sendo.
Estou sendo o que eu nao posso, o que eu forço para dentro cada vez mais, o que está transbordando...
Meu medo de escuro, minha histeria ao desligar as luzes e começar a chorar, o medo de tudo, medo de qualquer coisa...medo de mim...
Vozes, sons, vultos...
Eu sei que são coisas da minha cabeça e nada é real, e sim, eu estou lutando tanto quanto sempre luto.
É desgastante quando páro para me observar...Me ver lutar tanto, sem ninguém para olhar em meus olhos novamente com compreensão...
Sem ninguém para partilhar isso.
Não que eu queira...Não que qualquer pessoa sirva..
Ninguém presta nesse mundo...?
E nao vai ficar tudo bem...
Estou esperando a insanidade perder a paciencia, estou de portas trancadas faz tanto tempo...e ela lá fora, me esperando, quer seja na chuva, na calçada, debaixo do sol...


Eu sinto como se a velha nostalgia tomasse conta de mim novamente...
E sempre que sinto a loucura rondar, eu lembro dos anos trancada dentro de mim mesma, dias sem sair de casa, meses sem estudar, dias e mais dias insones...
E ao mesmo tempo que meu unico e maior desejo é o de me entregar de novo ao estupor, eu tenho medo...
Acho que posso entender tanto o que mamae uma vez disse, de se arrepender de me ensinar a amar a leitura...
Eu mesma me amaldiçõo por isso, agora...
Não tenho mais o direito de me deixar arrastar para dentro das paginas, de pegar emoções emprestadas, tenho?
Não tenho mais tempo para sonhar durante dias e dias, livro após livro, mergulhada em algo onde o medo não me alcança, onde não existe o meu sentimento, onde eu posso emprestar vida e razão alheia...posso?
E deus, como eu quero me perder...
Como eu quero não me ser...


e então, afinal, o que fazer, com o que não se quer ter, por dentro?

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