~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

24 de junho de 2010

E foram felizes para sempre....puah!

Estive navegando por essa longa teia de pensamentos públicos e me deparei com uma frase engraçada: "O medo da solidão é maior que o medo da escravidão: assim nos casamos!"
Achei curioso, e ainda mais curioso o post relacionado à frase...
Enfim, eu elaborei uma enormee resposta que, pra variar, não cheguei a enviar.
Mas encafifei, então resolvi criar um post com a minha opnião. Assim, não irei perder no meio dessa cabeça furada, como tantas outras opniões que guardo pra mmim e perco num piscar de olhos. Literalmente.
Enfim, muitas pessoas me perguntam: "Por que você não se casa?", "É tão bonito!", e ainda outro comentário que eriça os cabelinhos da nuca "Você vive em pecadoo!".
Absurdo, Obtuso.
Na minha mais agressiva opnião, casamento no papel e na igreja apenas serve para a decepção, e pra agradar os parentes e amigos fofoqueiros, mais nada.
O casamento, ou o ato de morar juntos, envolve apenas duas pessoas. E apenas essas duas pessoas irão sair feridas, ou felizes. Talvez mais, posteriormente, caso haja crianças.
Enfim, fulano de tal namora durante 3 anos um bom rapaz. Ficam noivos durante uns 6 meses. Casam, num vestido branco, embora a noiva não seja virgem, numa igreja lindamente decorada, embora nenhum dos dois frequentem regularmente, e saem com vários grãos de arroz em partes do corpo que não deveria ter arroz, embora ela esteja tomando pílula anticoncepcional (alguém sabia que o ato de se jogar arroz é pra dar fertilidade? legal!).
Enfim, fazem tudo como manda os conformes apenas pra agradar os pais, familiares e amigos. E a uma criação que na verdade, nem importa muito, mas é como deve ser feito, então, será feito.
Mas então, os 3 anos e 6 meses não significaram grandes coisas, pois quando namoravam, eles apenas saíam juntos durante fins de semana, e alguns encontros casuais durante a semana.
E claro, a enorme conta de telefone. E no noivado, a antecipação corta qualquer capacidade de dúvida.
Enfim, se vêem juntos, numa casa estranha, numa situação nova, sem ter noção de como deve ser feito as coisas a dois.
Os primeiros meses são uma maravilha, idílicos, caso eles não tenham tido tanta intimidade antes do circo.
Mas passados esses maravilhosos meses, tem que enfrentar a realidade: a louça está suja na pia, porque o bom rapaz foi criado com a mãe dona de casa que fazia o serviço, e a roupa está acumulada pela lavanderia porque a moça foi criada com pais ocupados e uma empregada pra fazer isso.
Okay, contratam uma empregada, caso tenham dinheiro, e mais pra frente, devido ao fato de cada um ter seu proprio emprego e carreira pra fazer, quase não se vêem, então se tornam dois estranhos numa casa, com apenas um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que estão casados.
Caso não tenham o dinheiro pra empregada e nem carreira pra cuidar, mas mesmo assim tem empregos, a descida é mais rápida.
Muitas brigas porque nenhum dos dois quer mudar, pois ambos são jovens demais, inexperientes demais, e mimados demais, com apenas um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que estão casados.
Outra opção, que me horroriza e me deixa ainda mais indignada ainda, quando se casa porque a boa moça de familia está gravida (o que a torna uma não tão boa moça assim).
Enfim, a jovem está em casa, com um bebê birrento, barulhento, ocasionalmente fedido, e um tédio enorme, pois não namorou o suficiente, não saiu o suficiente, não aprontou o suficiente.
E o jovem rapaz tendo que trabalhar pra sustentar uma garota mimada e insuportavel que reclama de ter que lavar a louça no fim do dia, mesmo tendo ficado em casa o dia todo, deixando o bebê chorar e falando ao telefone. ou melhor, fofocando ao telefone.
E no caso, eles tem apenas um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que estão casados.
Claro, é muito relativo. Muito mesmo.
Pode ter todas essas situações, mas caso um dos lados esteja realmente convencido de que há amor e vale a pena, ou os dois, contrariando as leis humanas do egoísmo, eles abaixam a cabeça, sentam e tentam conversar, civilizadamente. Ou então se agarram, se matam, se machucam, choram e fazem as pazes.
E tentam melhorar.
Aí, independente de ter apenas um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que estão casados, ou apenas as escovas de dentes, e a cama em comum, o casal pode dar certo.
Claro que se eles não tiverem o punhado de papéis e as fotos, e estiverem apenas juntados, pode ser que ocorra as mesmas situações.

Nada na vida vem com garantia.
Não são eletrodomésticos que vem com recibo e manuais de instruções.
Mas as pessoas, principalmente os jovens, acreditam que sim, tudo é fácil e eles sabem de tudo!
Então, acontece o divórcio, ou a separação sem complicação, e caso haja resultados chorosos, um bebê frustrado, que vai seguir os passos dos pais. ou não.
Enfim, as pessoas se empenham, fazem tudo nos conformes pra agradar pessoas que não tem que ser agradadas e se atiram de cabeça sem estarem preparadas, sonhando com um felizes para sempre, achando que tudo virá assim, num estalar de dedos.
Mas não vem.
É complicado, exige paciência, bom humor, disposição, um belo estoque de lágrimas, e muito jogo de cintura. E exige também humildade.
Humildade pra reconhecer que as pessoas erram, e que ninguém é perfeito.
Humildade pra reconhecer e dar perdão, e pedir perdão.
Humildade pra tentar melhorar cada vez mais, pra tentar construir, juntos, um ambiente e um relacionamento melhor.
Humildade pra se desapegar das coisas que os OUTROS acreditam, e aceitar que nessa jornada, por enquanto, existem apenas duas opniões que devem realmente ser levadas em conta.
Humildade pra mudar, pra tentar muda-lo, pra tentar se adaptar a qualquer circunstância.
Não dá pra exigir que seja tudo como queremos, como sonhamos e imaginamos.
Invariavelmente, levamos um belo tombo, mas então, se há isso tudo, o companheiro vai pegar a sua mão, e ajudar a se levantar.
Ainda que o relacionamento seja lindo e maravilhoso, e ambos estejam caminhando lado a lado, crescendo e amadurecendo juntos, ainda assim, não há garantias do futuro.
Uma pessoa que você conhece há dez anos pode repentinamente determinar que o que ela é agora não é o suficiente, e tentar mudar, e você tem que estar preparada pra aceitar e entender, e ainda tentar se adpatar, e vice-versa.
Ou ainda, depois de anos, anos mesmo, podem abrir os olhos e ver que já não é a mesma coisa, que não há mais sentido, que não há mais uma estrada. Há uma bifurcação.
Emtão, invariavelmente há os resultados, e as crianças vão sofrer. Mas será que é o correto, prosseguir numa estrada sem saída, armando um campo de guerra, vivendo triste e com raiva apenas pelas crianças?
Será o correto deixar que uma criança cresça sem ver a felicidade, sem ver o amor de verdade? Vendo os pais como dois estranhos?
Eu acho que não.
Mas então, estar casado é uma boa opção.
Vou voltar ao tema.
Ninguém mostra a verdadeira face quando namora. Nem nos primeiros meses.
Então, como sabemos que não há uma garantia, nos atiramos mesmo assim.
Mas eu acho que, se for pra cometer um erro, é mais fácil não ter as amarras.

Não há garantias.
E de resto, ficam apenas mais um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que foram casados.

É uma coisa bonita? Sim, é.
E é uma opção também.
Eu quero me casar, um dia, na igreja. Quem sabe?
Mas eu prefiro estar como estou.
Sou profundamente feliz.
Somos um casal normal, brigamos, nos ferimos, damos risadas, e conversamos.
Fora a paixão, que é o suficiente, e nos mantém aquecidos e completos.
Não tenho a segurança de que estarei assim daqui a quarenta anos. Nem daqui um dia.
Mas eu vivo um dia de cada vez, e sem um punhado de papéis carimbados e fotos...

Meus pais me lembram sempre que o que importa, não é um vestido branco e rituais vazios, e sim a compreensão e a felicidade.
Estamos construindo algo bom, e queremos filhos.
E então, quando tivermos uma base sólida, casaremos. Pra deixarmos um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrar nossos filhos de que estamos casados. De que é correto.


Eu tenho uma colega cujo namorado está desempregado. Então, pra morarem juntos, eles irão se casar.
Estão namorando há quatro meses, mal se conhecem.
Mas pode ser que dê certo.
E pode ser que não.
O que eu me pergunto é: Será que é necessário um punhado de papéis carimbados e fotos pra poderem morar juntos?
Claro, ela cresceu ouvindo dos pais que nunca se deve morar com um homem sem ter um papel carimbado.
Mas as chances de dar certo ou errado, são as mesmas.
A única diferença é que, se der errado, irão gastar mais dinheiro com os advogados. E sairão mais machucados, e será mais dificil.
Ou então, por terem um punhado de papéis carimbados e fotos pra lembrá-los de que estão casados, eles irão fechar os olhos para os erros, ignorar as placas na estrada dizendo Pare, e irão continuar, até um ponto em que são completos estranhos, inimigos até, e não querem mais nem se olhar. E pode haver consequencias pequeninas, como uma pobre criança, que atua como um refém, no caso. É um fato dificil de encarar.

Eu devia fazer advocacia então.
Enfim...


O casamento age meio que como uma garantia (que não é verdadeira) de que eles irão continuar vida a fora se matando e tentando acertar. Mas a vida não é um jogo, um erro e um acerto, ambos, tem consequencias, e sentimentos feridos.
Quando nos juntamos, apenas, imitamos um suposto casamento, com a diferença de que será mais fácil, quando virmos que tudo não passou de uma fase.
Então, independente das fotos e dos papéis carimbados, os riscos de acertos e erros são os mesmos. Apenas existem prós e contras, como tudo na vida.
É isso.

Eu acho uma besteira.
Mas quem sou eu pra dizer?

Como eu sempre digo, o ser humano adora uma complicação e uma chance de ser infeliz e deixar outras pessoas infelizes, independente do que me digam.
Eu não sou fã de complicar situações e ainda mais, odeio ter que lidar com papelada.
Me sinto uma vaca com número e registro de cada passo que dou.
Vou fazer um rabo com uma corda, que tal?
BlaBlaBlahhh..









Caracoles, eu nunca consigo mostrar a minha opnião claramente..isso está me irritando.

2 comentários:

  1. Amiga, lindo lindo lindo, amei! concordo com tudo. ♥

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  2. Muito bom seu post...confesso que infinitamente melhor que o meuu!!huahuahau
    Concordo com tudo que vc disse aí, papéis são apenas papéis, se desgastam e com o tempo até somem...o casamento, para dar certo tem de seguir um rumo diferente, o da eterna renovação, senão acaba se desgastando e sumindo tbm, ou nesse caso divorciando-se.
    bjos!!

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