~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

28 de maio de 2010

Bolhas de sabão e ilusões.

Estou ouvindo a música More, de Tyrone Wells.
Estive procurando a musica que toca no episódio 20, da quinta temporada (sim, acertou) de House M.D., o melhor seriado existente.
Enfim, eu não encontrei de cara a música, mas me deparei com essa...Claro, baixei e deixei de lado, fui procurar a original, que encontrei. E hora que voltei pra procurar o video dessa, não acho nem com reza brava! que coisa...
Às vezes eu acho que falando a música que estou ouvindo e que está me emocionando, será o bastante, e qualquer um irá entender o que se passa..Mas não é bem assim né...?
Eu tenho estado constantemente presa em mim.
Não como o de sempre, tem piorado cada vez mais e mais, e sinto o poder dessa porcaria em mim.
Não consigo me concentrar ao certo em nada, nem mesmo ler..e escrever...
Por vezes, até a musica me irrita...
Algo em mim me diz que devo ir procurar um médico, voltar com os remédios, com as terapias, antes que tudo piore e me mate...
Não sei se é o que eu quero...
Isso está me consumindo e fico pensando, comigo mesma, se as coisas que tenho dito tem feito sentido.
Tenho crises nervosas, vontade de chorar, medo incontrolável, pavor de coisas idiotas..que eu já tive.
Obssessões e Loucuras à parte, isso tudo me fez pensar...ao menos isso, ufa!
Estive fazendo bolinhas de sabão...E isso me fez lembrar de outro tempo, parece que outra vida.
Uma teoria que não esqueci, apenas não conseguia capturar palavras pra traduzi-la.
Como se bolhas de sabão pudessem ser pequenas bolas de felicidade. Ou como se a felicidade fosse pequenas bolhas de sabão...
Precisamos de idéias, sonhos, metas para sobreviver. Porque se deixarmos tudo seguir um rumo constante, iremos sentir um vazio insuportavel. Para alguns, pelo menos.
Precisamos de ILUSÃO.

Nos apegamos àquilo que pensamos poder nos manter flutuando nessa correnteza, como coletes salva-vidas.
Seja Deus, seja um sonho, um propósito, normalmente infundado..
Mas precisamos de ter uma segunda opção, pra caso a primeira falhe.
E como normalmente a primeira é falha, é na segunda que nos apegamos.
Como todo bom ser humano, reclamamos.
Reclamamos da vida, dos vizinhos, da vida dos vizinhos. Por que?
Porque somos idiotas. Simples assim.
Mas a diferença entre nós, e os outros, é que admitimos que felicidade é efêmera. Um sonho de uma noite de verão, coisa passageira.
E a diferença em mim, e nos outros, é que sei quando posso ser feliz, e sou.
Aproveito as pequenas coisas pra me deixar feliz, coisas inuteis pra maioria.
E sou infeliz. Mais do que essa mesma maioria.
Perco tanto tempo pensando apenas emm im mesma, que me esqueço de mim mesma.
Como se pensasse pra poder me acostumar e então desligar sem que faça falta alguma sabe...
Eu acredito que temos medo da felicidade.
Estou me incluindo no gurpo por solidariedade, eu faço parte do grupo dos indiferentes.
Voltando, acredito que seja muito mais fácil ser infeliz por tabela do que ser realmente infeliz.
Por exemplo, somos medrosos (nisso eu me incluo). Temos medo de tudo, da perda, do sofrimento justificado, do desconhecido...
Então, talvez seja simplesmente mais fácil nos escondermos de tudo, vestindo máscaras de indiferença e cinismo, pra escondermos toda a fragilidade.
Ostentamos então, com grande orgulho, o tédio, a tristeza, a raiva e o orgulho.
E carregamos feridas como troféis.

Perdemos metade do nosso tempo dormindo, e o que resta é desperdiçado com reclamações, especulações da vida alheia, conselhos desnecessários, e claro, com o serviço.

Talvez seja muito mais fácil reclamar da vida do que tentar muda-la, de fato.
Muito menos complicado acreditar em Deus e no Seu poder de mudar tudo e salvar o mundo do que tentar ser uma pessoa melhor.

Tudo isso porque a felicidade é como uma bolha de sabão, e a maioria das pessoas são tão infantis e limitadas, que não sabem lidar com a perda.
Como uma bolha de sabão, ela vem com a circunstância que NÓS causamos, e se vai com as circunstâncias que NÓS destruimos.
Ela brilha, colore e alegra o cenário por um tempo, pra logo em seguida, explodir no ar sem deixar traços.
E nos condenar novamente à insipidez de nossos dias...
Então, é simplesmente mais fácil ignorarmos as bolinhas de sabão que nos cerca. Certo?

Mas também entramos por outro caminho, mais íngreme e ingrato...O vício.
Lamentar, reclamar, tudo isso vira um vicio idiota: o de querer ser o centro das atenções.
Ou não, o de simplesmente virar um robo.
Nos acostumamos com a tristeza. Com a dor.
Porque é viciante.
É mais seguro.
É mais real.

Isso tudo falando de seres humanos "normais", ou seja, qualquer um que não seja eu. Ou...
Porque meu mecanismo é um pouco diferente.
Estive tentando avaliar o que sou, o que somos.
E cheguei a mesma conclusão de sempre: somos indiferentes.
Na realidade, talvez só eu o seja, por isso o vicio me permite tambem ser feliz, coisa que talvez você não seja. Ou não quer enxergar por medo. isso não te colocaria na categoria normal, porque pra ser normal, também teria que ser idiota.
Eu sou indiferente. E viciada.
Eu quero sentir, quero poder parecer o "normal".
Quero sofrer e rir, quero não ter que analisar cada situação, quero não sentir que sou uma fraude, uma célula louca, cancerígena.
Quero, mas querer não é poder.
Porque eu SOU uma fraude. Eu engano as pessoas, visto uma imagem que não sou, me faço um espelho pra que gostem de mim. Para só então, eu poder gostar.
Quero sentir através dos outros. Porque eu mesma estou constantemente anestesiada.
A única coisa que sempre me acompanhou, e que, desde cedo eu descobri, fugia da anestesia, era a dor. Ou a ILUSÃO da dor.
Sofrer, me dilacerar, fazia com que a dor parasse.
Mas não a dor fisica. Interna. Irreparavel.
E uma coisa que demorou pra eu admitir: o Poder.
Sempre gostei de comandar, dar a ultima palavra, usar as pessoas.
E nunca me incomodei com isso. Sou manipuladora, egoísta, sim, e muito mais.
Mais não faço por mal...

Encontrei meu inibidor, um muro a mais pra me cercar.
Mas continuo aqui dentro, trancada.
Eu nem sei mais o que sou, me sinto confusa, e descontrolada.
Odeio isso.
Enquanto sabia que estava tudo dentro do limite, estava bem.
Mas pra isso, teria que saber qual é o limite, e eu sei. E por isso sei que passou dele.
E estou preocupada.

Não consigo manter o foco, e postei isso apenas pra mostrar como estou.
E não estou nada bem, nada faz sentido, comecei com um assunto e termino com outro.
Queria poder explicar minhas teorias, meus pensamentos, mas nem isso consigo mais.
que ódio.

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