~Palavras Cotidianas.

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"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos."

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''Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.''


Friedrich Nietzsche






Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

- José Saramago.


no surprises...

22 de maio de 2009

E o que resta, o que fica pra trás?

Não entendo realmente, como as coisas podem começar, e simplesmente acabar.
Não entendo o processo todo, fica no meio, nunca completo, sempre abandonado.
Nem ao menos sei como começar o que quero escrever, e muito menos como finalizar, fica tudo com ar de porqueê, pra quê, o que é isso, cumá??
Talvez eu seja incompleta por natureza, e pela natureza uma aberração.
Não sei ao certo definir, o vazio.
Sinto falta do meu vazio, do meu espaço, quem sabe?
O que eu quero, o que me aguarda, eu tenho medo.
Tenho medo de muitas coisas, mas não de ter medo.
Não me envergonho disso, apenas sinto um vazio e a falta de amparo.
É tão clichê falar que desde que me entendo por gente eu sinto assim?
Acordar, com sete anos de idade, olhar os raios brincando de luzes no teto, refletindo os pingentes que pendurei na janela num arco iris multicor...E me perguntar, daonde eu vim, por que, o que estou fazendo aqui...?
Sentindo a falta de algo que está alem da minha compreensão.

Ah sim, sou completa de muitas formas.
Uma vida perfeita e nada convencional. Homem perfeito.
Planos para o futuro perfeito.
Eu sou feliz.

Mas aí que está o problema sabe?
A tristeza e solidão é um vicio que não some.
As marcas ficam, a depressão cobra um preço muito alto, eu creio.
Talvez eu nem mesmo saiba mais o que significa tristeza, aquela velha conhecida.
Dor, talvez, mas não a tristeza de não ter, não ser, não pertencer.
Mas eu não gosto dos planos, não me apetece pensar.
Quero ficar parada, sentada no poof que tem em casa, aquela cara redonda sorridente e confortavel que abriga minhas nádegas.
Quero o dia nublado, uma musica ao fundo que traduz o que minha alma sente.
Talvez Mozart, ou Vivald?
Nenhum dos dois.
A unica musica que tem me traduzido nem ao menos tem nome assim, é apenas River Flows In You - Yiruma.
Incrivel, é a MINHA musica. Ao menos me parece, cada vez que a ouço.
E minha vida toda, os crepusculos contaram mais.
Talvez seja essa nostalgia.
Ou esses talvezes.

Me sinto completa demais, acho, e sinto falta de ser vazia.
Sem nada, sem nada.
Só a melancolia e o martini com gelo. e o cigarro na mão.
Encarando o nada, querendo nada.

Passar o dia todo lendo sem pensar em outra coisa, sem sentir a falta de quem nem tenho.
Porque dependo de outro agora, não da melancolia natural.
As barreiras ruiram de vez, e agora, sou um livro aberto.
Sou eu mesma e isso me assusta.
A mascara era tão mais confortável!

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